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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O principe serpente



Era uma vez uma rainha. Ela tinha um filho que era uma serpente. Ele tinha olhos de serpente, boca de serpente, pele de serpente. Ele era tão horripilante que foi preso na mais alta torre do castelo.Mas nesse pais não se matavam os monstros, então ele cresceu. Os anos se passaram e, um dia, a serpente chamou a rainha sua mãe e disse: -Já cresci e quero me casar. Você é a rainha, vai partir e bater em todas as portas. Quero que esta noite você me traga a moça mais linda. A rainha recusou-se: -Não é possível, você é um monstro, uma serpente, você não pode se casar com uma mulher humana. Se você se casar com uma mulher, ela será encontrada morta em seu quarto. De jeito nenhum os monstros não se casam. O monstro olhou a rainha no fundo dos olhos e disse: -Se você não me trouxer uma esposa esta noite, é você quem morrerá. Então a rainha partiu. Ela caminhou por todo o país. Bateu em todas as portas do reino. Quando a noite chegou, ela ainda não tinha encontrado ninguém. Então, quando se preparava para voltar ao castelo, viu sobre a colina uma casinha, uma cabana. Ela se aproximou e bateu. Veio atender uma velha com suas três filhas. A rainha pediu a mais velha para o príncipe serpente. A mãe recusou-se, mas a rainha colocou tanto dinheiro sobre a mesa, que a pobre mulher acabou consentindo. A mais velha seguiu a rainha pelo caminho do castelo. -A manhã eu serei a rainha do país. – ele dizia. Ela sentia medo, mas estava orgulhosa. No seu coração havia os dois sentimentos: o medo e o orgulho. Mas o orgulho comeu o medo, ela olhou para os lados e viu que já não havia mais ninguém nas ruas. Talvez aquela fosse a última vez que ela passaria por ali, e isso a deixou com muita raiva no caminho para o castelo. Já próximo da entrada, ela viu uma velha, uma velhíssima que caminhava curvada sobre um bastão. Quando a velha a viu, disse: -Aonde vai você mocinha? Já é tarde, é hora de voltar para casa. -O que você tem a ver com isso? Amanhã serei a rainha do país – e deu-lhe uma rabanada. -Deixe-me passar. -Pior para você – disse a velha – Vire-se sozinha, você poderia me tratar de outra forma. Realizou-se o casamento, e todos dançaram como se faz nos casamentos. Mas na manhã seguinte, quando foram chamar a princesa no quanto do príncipe serpente, tudo o que encontraram foram algumas manchas de sangue e alguns fios de cabelo. Era tudo o que havia sobrado dela. Ele a tinha devorado. O príncipe, então, chamou a rainha pela segunda vez e, quando ela chegou, ele disse: -Recomece, como ontem. Eu quero outra, senão, é você quem morrerá. Então a rainha partiu. Ela andou por todo o país, mas não encontrou ninguém que aceitasse. E depois vocês sabem...nas histórias, o que se passa uma vez, se passa duas e três vezes. Na terceira procura da rainha, quando a moça mais jovem passou ao lado da velha, ela não disse nada porque no seu coração o medo comeu o orgulho. A velha, ao vê-la passar, disse: -Aonde você vai? Já é tarde, é preciso voltar para casa. -Minha casa agora é este castelo em frente. Então a velha disse: -Ah! É você quem vai casar com o monstro hoje? Você foi a escolhida? E você não vai me desprezar como as outras? Você não vai me insultar como as outras? -Não. -Oh, eu diria que você tem medo, não? -Claro que tenho medo – ela disse- Quem não teria medo no meu lugar? A velha disse: -Escute, você fez bem em parar um pouco. Você falou comigo com gentileza, então vou te contar um segredo. Não tenha medo, vá ao casamento e divirta-se, é preciso apenas que você fique atenta a uma coisa: vista três vestidos. Primeiro um branco, depois um roxo, depois um azul. E quando o príncipe serpente disser: “É hora, vamos para o quarto, tire sua roupa”, você deverá responder: “Tudo bem, mas tire você primeiro”- e você verá. Fez-se o casamento e a princesa divertiu-se muito, dançou toda a noite como nos casamentos anteriores. Mas, à meia-noite, o príncipe serpente entrou no salão e a música parou. Ele pegou a jovem pelo braço e a empurrou para o quarto, fechou a porta pesada de madeira e, quando ficaram sozinhos ele disse: -Já é hora, tire sua roupa. Então ela respondeu. Tudo bem, mas tire você primeiro. O monstro ficou surpreso e disse: -Não se esqueça que sou uma serpente e você sabe:uma serpente pode tirar a pele. Se você quer ver uma serpente tirar a pele, olhe. Ele começou a descolar sua pele de serpente. A pele se soltava, de descolava, se esticava, queimava como papel. Ele a tirou completamente e a jogou no chã, diante dela. Ela, então, tirou o vestido azul e jogou por cima da pele da serpente que estava no chão. Ele viu o vestido roxo e disse: -Mas o que foi que eu te disse? Já é hora, tire a roupa. -Tudo bem, mas tire você primeiro. Então , como tinha começado, ele teve de continuar a tiras a segunda pele. Essa não era de serpente, mas de besta, de urso: pesada, negra, profunda como ma floresta, e ele a tirou completamente e a jogou no chão. A jovem tirou o vestido roxo e jogou por cima da pele. Quando ele viu o vestido branco, disse: -Mas o que eu te disse? Rápido, tire a roupa; E ela respondeu: -Tudo bem, mas tire você primeiro. Então, como já havia começado, o príncipe teve de continuar e tirar a terceira pele. Essa não era nem de serpente nem de urso. Era de pedra. E ele a tirou, a pedra quebrava, estraçalhava, arrebentava e logo não havia nenhum pedaço. Houve um grande estalo e, quando a jovem olhou para ele, viu que no lugar da serpente havia um príncipe, belo como todos os príncipes. Ela tirou o vestido branco e eles se deitaram. Dizem que, depois desse dia, eles ficaram juntos durante dias, meses,anos. Dizem também que, enquanto se conta essa história, eles continuam sendo príncipe e princesa, como todos os príncipes e princesas que se amam.

*Comentário da História: E engraçado com a pessoa humana, mesmo morrendo ainda consegui ser egoísta. A duas primeira moças só pensaram que seriam a rainha e nada mas e como sempre tratará mal a todos não foi diferente na hora da morte, já a última devia ser educada e simapatica e por este motivo salvo sua vida. Veja, os verdadeiros tesouro são aqueles que estão em nos mesmo, dentro do nosso coração. Porque não levamos deste mundo nada, a não ser o bem que a gente fez. E para fazer o bem sempre há tempo.

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